Ticiana Moreira
Ticiana Moreira é psicóloga e neuropsicóloga, formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC), e pós-graduada pela Unichristus e pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) - onde estuda os aspectos da TEA.
Trabalhando há pelo menos 25 anos com pessoas com deficiência, ela nos conta sobre a percepção no aumento do número de casos de pessoas com autismo.
Ticiana também comentou a necessidade do diagnóstico precoce e, também, sobre a importância de estar atento aos principais sintomas e como se dá o diagnóstico da TEA:
Ângela Benevides
Ângela Benevides é professora de educação especial da rede municipal de Fortaleza na Escola Valdevino de Carvalho. A educadora está constantemente em contato com estudantes portadores de diversos tipos de deficiências, e atua de forma engenhosa para que todos os seus alunos recebam um ensino inclusivo e eficaz.
Desde que entrou em vigor, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), em 2016, passou a ser obrigatório receber alunos com deficiência nas escolas públicas e particulares. Porém, nem todos os professores tem especialização para atender estudantes com necessidades especiais.
Por isso, o papel que Ângela desempenha com os estudantes da rede pública é fundamental. Apesar dos desafios da integração, ela defende a inclusão de alunos com autismo nas salas de ensino regular.
As escolas públicas contam com uma sala de recursos multifuncionais, com atendimento educacional especializado, onde são atendidas as crianças no contra turno.
O atendimento é feito no período de uma hora com, no máximo, quatro alunos por hora. Algumas instituições contam, também, com o profissional de apoio para auxiliar o professor durante as aulas.
Apesar da obrigatoriedade da inclusão de alunos com autismo nas escolas de ensino regular, o Governo ainda não disponibiliza um modelo de materiais didáticos destinados à estudantes com deficiência. Devido a ampla diversidade do espectro do autismo, se torna muito difícil adotar um padrão didático nas escolas. Sendo assim, fica a cargo da própria instituição, com auxílio da prefeitura, desenvolver projetos que atendam seus alunos.
Ângela enfatiza que a colaboração dos pais com a escola deve ser mais frequente, para que os filhos desempenhem melhor as práticas desenvolvidas na sala de aula. Segundo a professora, o retorno que vem de casa é fundamental para contribuir na educação das crianças, que não pode ficar somente a cargo dos professores.
Raquel Lobo
Formada em Fonoaudiologia pela Universidade de Fortaleza (Unifor), Raquel Lobo ressalta a importância de cada pequena evolução da criança autista.
Profissional habilitado a trabalhar com os desvios da comunicação humana, o fonoaudiólogo deve, também, estar atento ao desenvolvimento cognitivo, motor e de aprendizagem do autista, visto que todos os aspectos são importantes para a evolução.
Visando progresso do autista, não apenas na comunicação, mas em todos os outros sentidos, existe uma relação constante de troca de ideias, informações e conquistas entre os profissionais que atendem o autista. O contato direto com a escola também é essencial, pois é lá onde a criança passa boa parte do seu tempo.
Sendo o principal pilar para o desenvolvimento, a fonoaudióloga conta que o profissional precisa ter uma relação próxima com o os pais. Por conhecerem as adversidades e dificuldades enfrentadas no dia a dia do autista, mães e pais relatam os desafios, dúvidas, e, principalmente, as conquistas alcançadas no ambiente familiar.
Comemorando cada avanço conquistado, Raquel também conta que um dos objetivos do atendimento fonoaudiológico é a autonomia da criança. Mesmo quando a comunicação verbal não é alcançada, o autista consegue desenvolver um sistema de comunicação alternativo, que o permite incluir símbolos, recursos, estratégias e técnicas a fim de complementar sua relação social.